Resenha Histórica

De acordo com Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro que procedeu à reorganização administrativa territorial, as freguesias do Montijo e do Afonsoeiro foram agregadas, dando lugar à União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro.

Resenha histórica do Montijo:

É a sede do município do mesmo nome e até 1930 (Decreto n.º 18/434 de 6 de junho) designou-se por Aldegallega ou Aldeia Galega do Ribatejo.

O topónimo Ribatejo advém do facto de anteriormente esta região ter pertencido ao extinto concelho de Riba Tejo e não pelo facto da existência moderna da província do mesmo nome.

Na sua área foram encontrados vestígios do paleolítico. No entanto, as primeiras referências remontam ao século XII, quando, em 1186, os coutos e herdades doados a D. Paio Peres Correia começaram a ser povoados.

Embora, inicialmente, tenha sido constituída por pobres casebres, que deram origem a aldeias de pescadores e agricultores, cedo se desenvolveu, uma vez que no século XIV já é referenciada como um pequeno povoado dotado de igreja. Possivelmente, data desta altura a Ermida de São Sebastião.

Nos reinados de D. Afonso IV, D. Pedro e D. Fernando foram-lhe concedidos vários privilégios que D. João I confirmou em 1385. Contudo, durante muito tempo a localidade formou com Alcochete uma só paróquia, que tinha a sua sede em Santa Maria de Sabonha, atual freguesia de São Francisco, município de Alcochete.

Em 15 de setembro de 1514 D. Manuel I concedeu-lhe foral, tendo pouco tempo depois recebido outro, em 17 de janeiro de 1515, desta vez, conjunto com Alcochete. Contudo, em 1539 as localidades separaram-se, ganhando assim autonomia administrativa própria.

No ano de 1533, o Correio-Mor Luís Afonso aqui estabeleceu a sede da principal Posta do Sul, devido às excelentes condições geográficas da localidade face às comunicações com Espanha e o sul do país, o que contribuiu fortemente para o seu desenvolvimento. Um ano antes, D. João III mandara registar o “Título da Villa D Aldea Galega” onde se constata a evolução do lugar.

Por aqui passaram vários monarcas, entre outros passageiros ilustres e desconhecidos, como o futuro rei D. João IV, que aqui chegou em 5 de dezembro de 1640, sendo recebido entusiasticamente pelo nobre, clero e povo da Vila.

Em 1808 suportou a invasão dos franceses. Vinte e um anos mais tarde iniciaram-se as carreiras da Mala Posta entre esta localidade e Badajoz/Madrid, que foram de curta duração e vieram a terminar em 1831, depois de vicissitudes diversas.

No ano de 1843, recebeu a Rainha D. Maria II, em visita oficial, e em 1854 viu retomar a carreira da Mala Posta, cuja viagem entre a localidade e Badajoz durava 26 horas, já com o tempo gasto nas mudas e alimentação dos passageiros. Esta carreira foi suspensa definitivamente em 1864.

Já neste século, Aldeia Galega implantou a República em 4 de outubro de 1910, antecipando-se assim a Lisboa e ao resto do país. 

Resenha histórica do Afonsoeiro:

A primeira referência conhecida à Quinta do Afonso Soeiro de Albergaria, cuja localização se desconhece, remonta ao século XVI (1569), presumindo-se que a origem topónimo Afonsoeiro, seja acorruptela do nome do proprietário da referida Quinta.

A zona constituída por terrenos férteis cedo facilitou o aparecimento de diversas propriedades agrícolas, das quais se destacam a Quinta das Assentas ou Quinta Velha, propriedade de D. Luís Salazar, a Quinta do Casado, a Quinta da Lançada e a Quinta de Santo Amaro, atualmente conhecida pelo nome de Robinson.

Destas destacam-se, pela sua antiguidade, a da Lançada, cujos primeiras referências remontam ao século XIII, e a do Santo Amaro que data do século XV.

Entre os proprietários da Quinta da Lançada contam-se Jorge Gomes Alemo, cujo brasão se encontra ainda hoje no edifício principal da referida propriedade, que também pertenceu ao Comandante António dos Santos Fernandes, distinto Oficial da Armada, nascido em Aldeia Galega. A Quinta de Santo Amaro destaca-se, porque um dos seus edifícios ostenta uma lápide epigrafada que faz referências a umas obras feitas nesse local por D. João, camareiro-mor do Duque, no ano de 1494, deduzindo, portanto, que aquele senhor seria o seu proprietário.

Presume-se que o Duque citado na lápide seja D. Manuel, futuro Rei de Portugal, uma vez que, de acordo com a data (1494), seria o único nobre com condições para possuir na sua casa funcionários com tal atributo, isto de acordo com os seus títulos e honras.

Como testemunho do seu passado rural pode observar-se na área da freguesia um moinho de vento e um moinho de maré. Com a instalação, em Aldeia Galega, nos finais do século passado, das primeiras indústrias corticeiras e, posteriormente, em 1908, com o aparecimento do caminho-de-ferro, que ligava a então vila de Aldeia Galega ao Pinhal Novo, começou o lugar de Afonsoeiro a desenvolver-se, instalando-se ali diversas fábricas, das quais se destacava, pelas suas dimensões, a Mundet que ali se fixou nos anos vinte.

Este surto de crescimento foi acompanhado pela construção das primeiras casas nesta zona, destinadas a habitação dos operários, usualmente clandestinas. Com o passar dos anos aquilo que começou por ser um simples bairro periférico tornou-se num dos polos de desenvolvimento industrial do município.

O decreto-lei n.º 39/89 de 24 de agosto criou a freguesia do Afonsoeiro.

Com a Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro, a freguesia do Afonsoeiro foi agregada com a freguesia do Montijo.